HOMEOPATIA E CARACTERÍSTICAS HOMEOPÁTICAS

HOMEOPATIA E CARACTERÍSTICAS HOMEOPÁTICAS
ROSMEIRE PAIXÃO é Homeopata Clássica Terapeuta CONAHOM 1274 email: rosmeire.homeopatias@gmail.com

segunda-feira, 4 de abril de 2022

O uso da aromaterapia na prática clínica e interprofissional. The use of aromatherapy in clinical and interprofessional practice

 A aromaterapia é uma das práticas complementares mais antigas do mundo, sendo reconhecida e empregada em muitos países, tanto na prevenção ou no tratamento de problemas de saúde como na promoção do bem-estar e da qualidade de vida

baixe aqui o artigo científico

Em maio de 2006, através da portaria N° 971, o Ministério da Saúde aprovou a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no Sistema Único de Saúde que inicialmente contemplava apenas 5 práticas: Homeopatia, Fitoterapia, Acupuntura, Medicina Antrofosófica e Termalismo Social. Em 2017, a portaria N° 849, de 27 de março de 2017 oficializou e legitimou mais 14 novas práticas e, em 2018, mais 10 com a portaria n° 702, dentre estas a Aromaterapia (Brasil, 2018)

Segundo a portaria N° 702, de 21 de março de 2018 do Ministério da Saúde, a aromaterapia é prática terapêutica secular que consiste no uso intencional de concentrados voláteis extraídos de vegetais - os óleos essenciais (OE) - a fim de promover ou melhorar a saúde, o bem-estar e a higiene.
  • A aromaterapia faz uso de óleos essenciais através de aplicação tópica, inalatória ou olfatória, objetivando a prevenção, a cura e a diminuição de sintomas. Segundo Gnatta et al. (2011), quando atuam através do olfato, as moléculas dos óleos são absorvidas pelos nervos olfativos, os quais têm uma ligação direta com o sistema nervoso central e levam o estímulo ao sistema límbico, sendo este responsável pelos sentimentos, memórias, impulsos e emoções. Quando a atuação é via cutânea, as moléculas são absorvidas e caem na circulação sanguínea, sendo transportadas para os tecidos e órgãos do corpo. Os óleos essenciais são compostos orgânicos de origem vegetal que apresentam várias funções químicas, como alcoóis, aldeídos, entre outras, havendo sempre a prevalência de uma ou duas delas. Esses óleos são obtidos a partir da destilação ou prensagem de flores, folhas, sementes, frutos e raízes (Gnatta, Zotelli, et al., 2011). Nos vegetais, os óleos auxiliam na proteção contra agentes hostis e doenças, e contribuem para a fertilização e polinização. Na prática clínica os óleos são utilizados como antissépticos, antibactericidas, anti-inflamatórios, antiespamódicos, expectorantes, entre outras funções (Andrei & Del Comune, 2005). 
  • A aromaterapia como ferramenta para a redução da ansiedade e promoção de bem-estar psicológico e a importância da interprofissionalidade: As práticas clínicas com Aromaterapia tem se tornado área em expansão para saúde, podendo ser vista como uma das técnicas complementares popularmente utilizadas nas diversas especialidades médicas, tais como a Psiquiatria e Saúde Mental. Existem indicações para o uso da Aromaterapia no tratamento de ansiedade, depressão e outros transtornos psiquiátricos, configurando-se como uma técnica promissora. 
  • No âmbito da Psiquiatria e Saúde Mental, os estudos com Aromaterapia investigam a eficácia sobre a redução dos sintomas de quadros demenciais em idosos e sintomas de ansiedade. Desse modo, a Aromaterapia pode representar uma nova ferramenta a ser empregada na melhora dos desequilíbrios físicos ou emocionais de pessoas que sofrem com a ansiedade ou outros transtornos mentais (Gnatta, Dornellas, et al., 2011). A ansiedade é um estado emocional que comporta um conjunto das diferentes experiências humanas, englobando sentimentos de medo, insegurança, apreensão e alteração dos estados de vigília ou alerta. Durante a internação psiquiátrica, expressa-se por meio de componentes psicológicos e físicos, como apreensão, medo, angústia, alterações nos sinais vitais e agitação psicomotora (Batistella et al., 2021). De modo geral, os benefícios da Aromaterapia na redução dos níveis de estresse podem ser entendidos por meio do relaxamento resultante da exposição ao aroma de óleo essencial. As moléculas químicas volatizadas influenciam a diminuição da atividade do sistema nervoso simpático concomitantemente à estimulação do parassimpático (Montibeler et al., 2018). Além disso, destaca-se a associação de mecanismo molecular em que os óleos essenciais emitem um sinal biológico às células receptoras do nariz, que o transmite ao sistema límbico e hipotálamo, desencadeando a liberação de neurotransmissores (Montibeler et al., 2018).
  • As Práticas Integrativas e Complementares (PICs), onde a aromaterapia está inserida, contribui sensivelmente com a qualidade de vida da população, buscando a visão holística e integral do indivíduo, e como esta abordagem pode colaborar com a prevenção e tratamento de doenças. A educação interprofissional em saúde, com as suas competências colaborativas na atenção à saúde, visando o trabalho em equipe, pode lançar mão da Aromaterapia para prestação de orientação e acompanhamento de indivíduos que necessitam ampliar o bem-estar geral. 
Vale ressaltar que é necessário que os profissionais envolvidos sejam adequadamente capacitados, tanto na aplicação das PICs quanto sobre os fundamentos do trabalho interprofissional.