HOMEOPATIA E CARACTERÍSTICAS HOMEOPÁTICAS

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ROSMEIRE PAIXÃO é Homeopata Clássica Terapeuta CONAHOM 1274 email: rosmeire.homeopatias@gmail.com

segunda-feira, 28 de maio de 2018

Vaccinum macrocarpon - Cranberry e infecções urinárias

CRANBERRY 

A Infecção do Trato Urinário (ITU) é uma patologia freqüente, que ocorre em todas as idades, do neonato ao idoso. Durante o primeiro ano de vida, devido ao maior número de malformações congênitas acomete preferencialmente o sexo masculino. A partir deste período, durante toda a infância e principalmente na fase pré-escolar, as meninas são acometidas 10 a 20 vezes mais do que os meninos. Na vida adulta, a incidência se eleva e o predomínio no sexo feminino se mantém, com picos de maior acometimento no início ou relacionado à atividade sexual, durante a gestação ou na menopausa, de forma que 48% das mulheres apresentam pelo menos um episódio ao longo da vida. Na mulher, a susceptibilidade se deve à uretra mais curta e a maior proximidade do ânus com o vestíbulo vaginal e uretra. No homem, o maior comprimento uretral, maior fluxo urinário e o fator antibacteriano prostático são protetores. Considerando-se a população geral, as infecções urinárias são mais comuns em mulheres, na proporção de três para um homem.

A ITU é classificada como não complicada quando ocorre em paciente com estrutura e função do trato urinário normal e adquirida fora de ambiente hospitalar. A avaliação urológica deve ser indicada em neonatos e crianças com infecção persistente após 72 h de terapia, ITU recorrente em homens ou em transplantados renais e também em mulheres com reinfecções freqüentes. (HEILBERG & SCHOR, 2003).Existe consenso de que os microorganismos uropatogênicos como a Escherichia coli colonizam o cólon, a região perianal, e nas mulheres, o intróito vaginal e a região perianal. Posteriormente, processa-se a ascensão facultativa para bexiga e/ou rins, pois em condições normais há competição entre estes microorganismos com a flora vaginal e perineal.

A freqüência dos germes causadores de ITU varia na dependência de onde foi adquirida a infecção, intra ou extra-hospitalar e também difere em cada ambiente hospitalar considerado. Os maiores responsáveis pela ITU são os germes gram-negativos entéricos especialmente a Escherichia coli, que é o mais freqüente, seguido dos demais gram-negativos como Klebsiella, Enterobacter, Acinetobacter, Proteus, Pseudomonas, dentre outros. Além destes, na maioria das séries americanas, o Staphylococcus saprophyticus, um germe gram-positivo, tem sido apontado como segunda causa mais freqüente de ITU não complicada. O diagnóstico de ITU por S. saprophyticus é por vezes difícil, pelo fato de apresentar um crescimento muito lento em urocultura e também porque este agente pode ser confundido com outro. (HEILBERG & SCHOR, 2003).

Existem também vários fatores predisponentes do hospedeiro que participam na patogenia da ITU: Obstrução do trato urinário, Refluxo vésico-ureteral, Cateterização urinária, Gravidez, Diabetes mellitus, Relação sexual / Métodos contraceptivos, Prostatismo, Idade avançada e Transplante renal.

Os sintomas clínicos no indivíduo adulto característicos de cistite são a disúria (dificuldade para urinar), polaciúria ou aumento da freqüência urinária, urgência miccional, dor em baixo ventre, arrepios de frio ou calafrios, com presença ou não de dor lombar. Podem fazer parte do quadro clínico mal-estar geral e indisposição. No indivíduo idoso é comum dor abdominal ou distúrbio de comportamento na ITU. Em crianças o principal sintoma pode ser dor abdominal. Em recém-nascidos, o diagnóstico clínico de ITU se torna suspeito quando na presença de icterícia fisiológica prolongada associada ou não à perda de peso (30% dos casos), hipertermia, presença de complicações neurológicas (30%), diarréia, vômitos ou cianose. Em lactentes, o déficit pôndero-estatural, diarréia ou constipação, vômitos, anorexia ou febre de etiologia obscura, podem levar a suspeita de ITU. Por fim, na faixa pré-escolar os sintomas podem ser: febre, enurese (micção noturna), disúria ou polaciúria. No adulto, existe superposição entre os sintomas clínicos de ITU “baixa” vs “alta” (cistite vs pielonefrite). No entanto, a febre e a dor lombar são muito mais comuns na pielonefrite, que se acompanha também de toxemia e queda do estado geral mais importante.

A profilaxia de ITU está indicada principalmente em mulheres com ITU recorrente, que apresentem mais do que duas infecções por ano, ou quando da presença de fatores que mantém a infecção como cálculos.

Algumas recomendações para o manuseio não medicamentoso de pacientes com ITU recorrente ou com bacteriúria assintomática incluem:

a) aumento de ingestão de líquidos;

b) urinar em intervalos de 2 a 3 horas;

c) urinar sempre antes de deitar ou após o coito; evitar o uso de diafragma ou preservativos associados a espermicida (para não alterar o pH vaginal);

d) evitar banhos de espuma ou aditivos químicos na água do banho (para não modificar a flora vaginal);

Outras medidas não medicamentosas também têm sido sugeridas para redução de recorrência em ITU como a ingestão de “Cranberry” (Vaccinium macrocarpon), que inibe a expressão de fimbrias da E. coli. (HEILBERG & SCHOR, 2003). 

Cranberry um potente oxidante e preventivo da ITU

O Cranberry é uma fruta diferente de qualquer outra do mundo. Nos Estados Unidos ela tem um importante papel nos tradicionais feriados e é símbolo de uma vida saudável. Sua história data de centenas de anos, por volta de 1620, quando americanos misturavam carne de alce com uma pasta, elaborada com a fruta, para conservar o alimento por um longo período. Além disso, também usavam o suco vermelho como tinta natural na coloração de tapetes, cobertores e roupas e, ainda, acreditavam em suas propriedades anti-sépticas, pois utilizavam o Cranberry em ferimentos causados por flechas venenosas. Conta à lenda que os peregrinos serviram 
Cranberries no primeiro dia de Ação de Graças em Plymouth, juntamente com peru selvagem. Durante a 2ª Guerra Mundial, tropas americanas solicitavam em torno de um milhão de quilos de Cranberries desidratadas, por ano, como forma de alimentação saudável para os soldados.

O Cranberry é uma planta nativa da América do Norte que apresenta em sua composição antocianidinas, flavonóides, proantocianidinas, taninos condensados e ácidos fenólicos, estes componentes podem impedir a adesão de certas bactérias, incluindo a Escherichia coli, associada às infecções do trato urinário. As propriedades de anti-adesão do Cranberry podem também inibir as bactérias associadas à úlcera estomacal. Pesquisas científicas recentes também demonstram que o Cranberry contêm quantidades significativas de antioxidantes e outros fitonutrientes com o potencial de impedir danos oxidativos causados pela espécie reativa do oxigênio deste modo, protege o organismo contra doenças cardiovasculares e câncer.

Nome comum: Cranberry
Nome científico: Vaccinium macrocarpon
Família: Ericaceae
Parte usada: Fruto

Vaccinium Macrocarpon - Prevenção e tratamento infecções urinárias

Fonte suplementar de antioxidantes (fenólicos) – estes antioxidantes podem ter um papel importante na prevenção de doenças do coração e em determinados tipos de câncer;
Um componente de alto peso molecular do Vaccinium Macrocarpon tem a habilidade de reverter e inibir a agregação de determinadas bactérias orais responsáveis pela placa dental edoenças peridentais “in vitro”;
Um constituinte de alto peso molecular presente no suco de Vaccinium Macrocarpon foi usado para inibir a adesão do H. pylori no fluído gástrico “in vitro”. Estes resultados preliminares sugerem que o Vaccinium Macrocarpon pode ser benéfico na prevenção de úlceras pépticas com a inibição da adesão do H. pylori no epitélio gástrico;
Os flavonóides foram mostrados como potentes antioxidantes “in vitro” e “in vivo” e podem reduzir o risco da aterosclerose. Por conter quantidades significativas de flavonóides e de compostos polifenólicos que foram demonstrados para inibir a oxidação da lipoproteína de baixa densidade (LDL) ou “mau colesterol”;
James Joseph, Ph.D. e Bárbara Shukitt-Hale Ph.D. têm demonstrado a habilidade do Vaccinium Macrocarpon em proteger as células nervosas dos danos causados por radicais livres e das perdas subseqüentes das funções cognitivas. Ratos nutridos de dietas suplementadas com Vaccinium Macrocarpon são passados por uma série de testes para avaliar sua função neural comparada a um grupo de controle. Os resultados preliminares indicam que é convincente a evidência de que o Vaccinium Macrocarpon pode ajudar a proteger o cérebro dos danos neurológicos.


Eficácia:

Critical Reviews in Food Science and Nutrition relatou em uma experimentação clínica preliminar o uso do enxagüatório bucal contendo Vaccinium Macrocarpon, as amostras de saliva do grupo experimental mostraram a redução da formação de colônias de Streptococcus mutans comparado ao grupo placebo. Uma grande porcentagem da cárie dental pode ser atribuída ao S. mutans.


Ingestão do suco de Vaccinium Macrocarpon promove a redução da aderência da E. coli nas células uroepiteliais da bexiga urinária.

As infecções do trato urinário são responsáveis por mais de 11 milhões de visitas ao médico anualmente nos Estados Unidos e tornaram-se cada vez mais resistentes à terapia com antibióticos. Este estudo recente, sugere que as proantocianidinas do Vaccinium Macrocarpon (taninos condensados) podem inibir a adesão da E.coli às células epiteliais do trato urinário, impedindo, desta forma, a ocorrência da infecção.

Foram utilizadas seis cepas uropatogênicas da E. coli previamente isoladas de pacientes com infecção do trato urinário sintomática. Foi testada sua habilidade de adesão na linha celular T24 da bexiga, in vitro.
Resultados

Não houve diferenças significativas no pH e na gravidade específica entre as amostras de urina coletadas após a ingestão do Vaccinium Macrocarpon ou do placebo. Após a ingestão do Vaccinium Macrocarpon foi observada uma redução significativa, dose-dependente na aderência bacteriana.

Conclusão

Comparado ao placebo, a ingestão de suco de Vaccinium Macrocarpon promove atividade antiaderente significativa contra diferentes cepas uropatogênicas da E. coli na urina.

Eficácia do suco de Vaccinium Macrocarpon na infecção por H pylori (Helicobacter pylori). 
Uma experimentação randomizada Placebo-Controlada, Duplo-Cega. Materiais e métodos 189 adultos infectados pela bactéria H. pylori foram divididos aleatoriamente em dois grupos: 97 adultos ingeriram o suco de Vaccinium Macrocarpon (250 ml) e 92 adultos o placebo, ambos durante 90 dias. O grau de infecção do H. pylori foi determinado usando o teste da respiração (13C-urea).
Resultados

Os resultados foram significativos, pois após 90 dias, o grau de infecção foi determinado e 14 dos 97 adultos (14,43%) do grupo que ingeriu o suco de Vaccinium Macrocarpon e 5 dos 92 adultos (5,44%) do grupo do placebo tiveram resultados de teste negativos da respiração (13C-urea).

O consumo regular do suco de Vaccinium Macrocarpon pode suprimir a a infecção do H. pylori em populações infectadas e com propensão ao câncer gástrico.


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